quinta-feira, 30 de abril de 2009

Inspiração

Eu estive em uma crise de inspiração por muito tempo. Só voltei a escrever regularmente há uns dias. Descobri que minha inspiração é ver os poetas recitando, ir aos saraus, encontrar com amigos, participar, até roubar uma idéia também é válido. Minha amiga fez tantas anotações durante a entrevista do Ferreira Gullar na livraria Arlequim, que eu cheguei em casa, escrevi um poema e dediquei a ele. Pois achei tão fascinante a idéia de que o poema nasce do espanto! Olhar, de repente, para algo costumeiro e ver(ou ouvir) de uma forma que você nunca tinha visto antes. É fascinante quando isso acontece.

Mas nem sempre se escreve sobre algo, hoje olhei pra mim de uma forma meio punk e fiz um poema logo depois de ter visto Gean Queiroz recitando no vídeo do Cantos do Trilho.

E o engraçado é que fiz um poema do Gean. Não era meu. Mas era eu.

Inteira
(Isabela Figueiredo)

Eu me sinto livre
para abraçar o mundo
Cabeça aberta
pensamento em transgressão
Vou afundar na cidade
até a cidade me expulsar
com seus conceitos e regras mesquinhas
Vou ladrar à noite
chapada e sozinha
Invadir tua vida
posso ser o que você quiser
Mas eu gosto mesmo de ser eu
esse bicho solto
privada de limites
me entregando inteira
a quem aparecer
seja homem ou mulher
O que importa é o amor.
Ando na beira do abismo
falo na cara
digo o que sinto
sou o que sou
e sou uma artista
cabeça sempre ativa
sempre positiva
pronta pro der e vier!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Homenagem à melhor amiga do escritor

Eu me lembro que tinha um poema, que ficou perdido nessas gavetas da vida, que falava "hoje enterro minha melhor amiga", mas não lembro do poema inteiro, só que dizia "a vida falhou com ela, ela falhou comigo", era uma homenagem à caneta.
Sim, este objeto precioso que está sendo substituído por essas teclas frias e sem sal. A caneta mostra muito mais de você do que você pensa. Pela sua letra, percebe-se se você tem o hábito de escrever. Alguns até são capazes de jurar que podem descobrir sua personalidade através do estudo da sua caligrafia.
A caneta, objeto essencial na vida de um escritor. Hoje eu ganhei uma e fiquei superfeliz, pois me roubaram todas minhas canetas, de modo que eu estava usando lápis de desenho pra escrever no meu caderno. À tarde me emputeci com um lápis que estava com o grafiti todo quebrado. E por isso deixei de escrever um poema.
Quantos poemas rondaram sua cabeça enquanto estava na rua, que você os achou geniais, e quando chegou em casa, não lembrava mais como começava? Sua obra podia estar muito mais enriquecida se você tivessse um bloco de notas e uma caneta à mão.
Se você é mais um crente de que a caneta BIC se teletransporta quando você mais precisa dela, segure uma idéia: minha mãe sempre anda com uma caneta pendurada no pescoço. Vamos lançar uma moda?

terça-feira, 21 de abril de 2009

LUTO BRANCO

Gente, os tempos de harmonia passaram. Estamos vivendo no Caos e é preciso recriar o equilíbrio. Vamos ter que meditar muito e nos unir para conseguirmos estabilizar essas forças contrárias. Por isso, se alguém te atacar, não reaja, apenas use o autocontrole e a força interior, ignore essa pessoa porque isso a fará perder as forças. Use o seu sorriso, o seu amor, o bom-humor para desestabilizar o ódio, a mediocridade, a prepotência. Não deixe que isso atinja sua alma e agrida seus sentimentos. Se precisar, desabafe com seus amigos verdadeiros, pois eles se importam contigo. Digo isso a todas as pessoas sensitivas que estiverem sentindo essa energia caótica que anda se espalhando. Agarrem-se umas às outras, a união faz a força, faça uma barreira contra esses espíritos de baixa freqüência, não deixe que te vampirizem, que te suguem a energia e seja sempre iluminada e positiva.


POEMINHA DO CONTRA

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

(Mário Quintana)


ESTOU DE LUTO
(Isabela Figueiredo)

Mas um luto constante e branco
pela paz, pelo amor, pela felicidade
Estou de um luto colorido
pelas amizades verdadeiras
pelas flores do quintal
pelas crianças iluminadas

Estou de luto, mas um luto brando
de coração aberto
pois quando todos achavam
que estavam me atingindo
na verdade, eles que estavam caindo.

Tenho em mim um luto de luz
de serenidade e calma
pois todos que gosto estão comigo
e têm com eles todos os abrigos
da minha alma.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Noite Sombria na Lapa

Esse blog tá ficando cada vez mais obscuro. Ou será a humanidade? As pessoas andam se afastando, brigando umas com as outras, cada vez mais. Onde eu nunca imaginei que pudesse acontecer um conflito, agora acontece. Se alguém aí entende de astrologia, por favor me diz se é proximidade de Marte ou coisa assim.
Ontem foi uma noite estranha. No mínimo.
Fui a um sarau na Lapa, no Beco dos Carmelitas, era o último dia do sarau antes que mudasse de ponto. O clima estava superanimado até chegar um famoso poeta no microfone e jogar palavras duras para uma amiga que estava comigo. Não posso pensar em outro motivo a não ser inveja para tal atitude medíocre. O engraçado foi que depois disso, minha amiga ganhou até mais admiração. Ele sumiu. Enquanto as pessoas iam até o microfone, dedicar um poema à ela. Logo ela quis ir embora e eu fiquei, pois havia chamado um outro outro amigo e ele ainda não tinha chegado.
Nesse meio-tempo fiquei sabendo da história toda, dos comos e porquês para o que havia acontecido. Mas isso não vem ao caso. Até porque eu nunca tomo parte em nada, apesar de ter opiniões formadas. Sou mais a favor da comemoração, da celebração da VIDA, da POESIA, do que de me envolver nesses assuntos. Que sempre são besteiras.
Mas, enfim, a cerveja do bar acabou. Eu e meu amigo, que já tinha chegado, fomos tomar uma no bar ao lado, no BECO DO RATO. Parecia um lugar agradável, à primeira vista. Tava rolando até um showzinho 0800 do lado de fora.
Pedimos uma cerveja e sentamos. Conversa vai, conversa vem, deu aquela vontade de ir ao banheiro. Fomos os dois. Chegando no corredor, havia uma moça limpando o chão. Ela disse que estava limpando o banheiro masculino, ou que tava ocupado, não me lembro exatamente, mas que a gente podia ir no feminino, porque tinha dois sanitários. Não nos importamos. Entramos. Quando a gente tá lá naquele momento relaxante do xixi, alguém começa a esmurrar a porta do lado de fora: "Abre a porta! Não pode não! Abre agora! Pode ir saindo daí!", a gente mandou esperar, afinal, estávamos no meio do xixi, pensando "Que cara maluco!"...Pois bem, saimos juntos e veio logo um negão (segurança?) querendo dar esporro na gente por entrar no banheiro junto. Como se nós estivéssemos fazendo algo de errado. Pior de tudo, como se nós PRECISÁSSEMOS nos esconder para fazer algo. E que não era o caso.
O negão, metido a valentão, mas com certeza uma bicha enrustida, me empurrou quando eu quis passar. Como o chão estava recém-lavado, eu fui deslizando até bater a cabeça contra a parede. Levantei, fechei os pulsos, peguei um ar e comecei a fazer um escândalo, que isso não ia ficar assim, que ele ia ver só. Daí ele fez uma barreira, e logo veio outro para ajudar, para separar eu e meu amigo e impedí-lo de passar. Ele ainda deu uns socos no meu amigo! Só até aí ele já tinha praticado três crimes: impedir o direito de ir e vir, agressão dupla(contra mulher é mais grave ainda), e humilhação pública/assédio moral. Insinuou que nós tínhamos usado droga, que estávamos nos agarrando no banheiro, quis nos intimidar, etc. Eu só gritando desaforo e já com o telefone na mão, ligando pra polícia.
Eu nunca imaginei que ia ficar tão feliz de ver um PM quando o homem chegou. Na mesma hora, o negão soltou meu amigo e pudemos resolver a situação. Eu queria dar parte do sujeito na delega, mas meu amigo precisava acordar cedo e só queria ir pra casa. Também juntou uma galerinha do bem para ajudar a gente assim que a polícia chegou. (Parêntesis para agradecer à Paula, ao Dimitri e aos amigos deles que vieram em nosso socorro.)
O PM é testemunha que eu tentei ainda apertar a mão do sujeito antes de ir embora, o cara não quis. Então FODA-SE! Tá amaldiçoado até a sétima geração.
Acabamos voltando pra casa com aquilo entalado na garganta. Ao mesmo tempo que eu me sentia na obrigação de lutar pelos meus direitos, e era direito meu que nosso agressor fosse punido, tive que abrir mão para livrar meu amigo.
Não vou dar nomes nessa história. Quem presenciou, que se comprometa. Só queria deixa registrado esse Boletim de Ocorrência virtual, pois era tudo que eu queria, ver aquele sujeito sendo preso.
Aqui fica meu relato sobre o que aconteceu na noite de quinta-feira, 16 de abril de 2009, no Beco do Rato, lugar de podridão, mas também a ajuda de pessoas que se importam, Lapa, Rio de Janeiro.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Liberdade de Expressão

Fiz uma pergunta no fórum do Yahoo sobre preconceito, falava de homossexualismo, drogas, soropositivos, discriminação afetiva. Pedi para me dizerem qual, em opinião deles, era o preconceito mais praticado por brasileiros. Vi que uma amiga tinha até favoritado a pergunta! Qual não foi minha surpresa quando descobri que minha pergunta foi excluída! Ó, sim, excluída dura e friamente por moderadores preconceituosos.
Cadê a liberdade de expressão?
Em homenagem a isso escrevi um singelo texto para colocar na página do orkut.



" Eu não sou a favor
da discriminação e preconceito
do medo,
Da corrupção, das injustiças
da indiferença, do machismo, do feminismo
de ficar se perguntando por que, por que, por quê...

Eu não sou a favor do sedentarismo
da doença, da miséria
da estratégia de guerra
como se o mundo fosse repleto de inimigos
Eu não sou a favor de maltratar animais num circo
do perigo de encontrar com a polícia e poder ser bandido

Eu não sou a favor das cabeças pequenas
da solidão, da falta de cultura
da obsessão, da burrice, da ignorância que prejudica
das religiões controladoras
nem das mentes controladas
Eu não sou a favor do nada

Eu não sou a favor da Constituição
das punições, dos julgamentos humanos
de opiniões mal-formuladas
enganos e desenganos
Eu não sou a favor do tédio
da amargura, do cansaço...

Eu sou a favor da liberdade de expressão
das coisas microscópicas às macrocósmicas
Eu sou a favor do divino
da Involução
da busca por si mesmo
Eu sou a favor de mudar de opinião

Eu sou a favor do amor
da poesia, da boemia
da mudança,
do Caos à Harmonia
Eu sou a favor do respeito
e da educação

Eu sou a favor das demonstrações públicas de afeto
da legalização do aborto
Sou a favor da maconha
da pesquisa com células-tronco
da hiper-valorização do ser-humano
Sou a favor do Universo como um todo

Eu sou a favor do niilismo, do pensamento
da contradição, da Palavra
Sou a favor da Renovação
Eu sou a favor de tudo que é belo e feio
do amor livre de pequenas diferenças
das minorias, das crianças, da resistência

Eu sou a favor do homossexualismo
do bissexualismo, do trissexualismo
Eu sou a favor das escolhas
das orientações, do espírito
das artes em todos os sentidos
Eu sou a favor de tudo isso.

Eu sou a favor de manter a cabeça ativa.
Eu sou a favor da VIDA!!!!!! "

Harmoniaaaaaaaaaa !!!

Você já viu alguém tirar a mesma carta de tarô 3 vezes seguidas? Pois na aula de Biodanza semanal, isso aconteceu comigo. Este tarô que nós usamos se trata do presente e não do futuro. Por três vezes seguida eu tirei a carta "harmonia", devo estar passando por uma fase harmoniosa progressiva. E eu sei que sim.
Pensando nisso, peguei fotos aleatórias na internet com a legenda "harmonia", só pra ver que bicho que dava. E não é que deu um bicho bonito?
Listei abaixo. Beijooos!




Parece um pantáculo, quem sabe pode tentar fazer para colocar em casa, atrás da porta.



Harmonia parece ser o mesmo que "joaninha", pois encontrei dezenas de imagens de joaninhas.



Aí está o Ideograma japonês para Harmonia. Você pode pintá-lo na parede. Esses dias estive na casa de amigos que pintaram ideogramas por toda a parede do quarto, de frente pra cama, ficou bem legal. E, no centro, havia o símbolo do Yin-Yang. Use uma cor clara.



Tá bom, confesso que não sei o pintor. Tampouco o autor do blog de onde tirei essa imagem, sabia. Então fica por isso mesmo. Se alguém tiver um palpite, deixe um comentário.



Essa foto veio com a legenda "andreas cellarius harmonia macrocosmica amsterdã 1660".
Pergunte a um místico mais atualizado que eu.



Olha que legal essa luz azul formando uma pessoa de braços abertos! Bem harmoniosa.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A herança 2 ! O retorno!

Estou acompanhando o blog do Victor Collona(www.deitandooverbo.wordpress.com) e confesso, vou roubar a idéia do último post para esse. Ele falava da avó que pintava santas russas, numa explosão de cores. E o avô usava menos cores e mais técnicas. Lembrei de uma história de família.
Eu, como ele, também não fiquei com a herança dos olhos azuis de minha avó, mas ganhei boas lembranças e, ao longo de anos, dei cabo das mais gostosas empadinhas de queijo do mundo! Ninguém fazia empadinhas como ela.
Meu avô era daqueles avôs barrigudos que ficam o dia inteiro na frente da TV. Volta e meia pegava ele dormindo sentado. Já minha avó, era muito católica, Filha de Maria, ia todos os dias à igreja e rezava o terço três vezes ao dia.
A casa deles era numa ruazinha tranqüila da Tijuca, quase Usina, uma rua sem saída em que os pássaros cantavam até à noite. Todos os cômodos eram repletos de móveis coloniais. E nas paredes, muitos quadros. Meu avô dizia que comprava a preço de custo no Centro da Cidade. Ele trabalhou até o fim da vida. Trabalhava até aos sábados, coisa que ninguém entendia. E a firma abria aos sábados?
Ligava lá para a casa, raramente, um rapaz que dizia ser do trabalho. Ninguém ligava. Mas minha avó ficava com as orelhas atentas. Apesar de usar aparelho auditivo, há coisas para as quais não se precisa de ouvido, apenas se sente.
Quando meu avô morreu, minha mãe descobriu que ele tinha uma amante, que também já havia falecido, e um filho. O filho era o tal que ligava dizendo ser do trabalho. E a amante era a autora dos quadros.
Seis meses depois de meu avô, minha avó também veio a falecer, nada de depressão, foi comida de Natal estragada.
Minha mãe ganhou um meio-irmão e acabamos ficando com os quadros. Belos quadros que guardam a história dos meus avós.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O Limite do Poema

O Eu-Lírico
(Isabela Figueiredo)

Me divirto lendo autores desconhecidos,
imaginando se são como dizem
ou se quando a caneta passa
imprime o seu inverso.
Divirto também meus ouvidos,
rio muito, confesso,
quando alguém me diz, pasmo,
que me viu comprometida
numa linha de meus versos.
Eu penso: que desperdício!
ser xerox dos meus textos.
Por quê? Por que me limitar?
se quando me inspiro
se quando eu escrevo
posso ser tudo que imaginar!?



Taí um poema do livro HIPER(2009).
A história deste foi que uma vez eu fui chamada para dizer uns poemas no Museu da República e meus pais estavam na platéia, mas, como boa cria do Cairo, nem todos os poemas eram inocentes. Então, um futuro amigo veio falar comigo no final e disse "Muita coragem a sua dizer isso na frente de seus pais". Eu refleti, e muito tempo depois fui escrever este poema. Afinal, cada poema é uma peça teatral. É verdade enquanto está sendo escrito, não quer dizer que aconteceu comigo, pode ter acontecido com outra pessoa, ou pode ter sido uma idéia de outra pessoa, outro tempo, outro corpo, quem é que vai saber? No poema, a imaginação é o limite.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Descalça
(Isabela Figueiredo)

Sempre ando descalça
por espinhais e jardins
tenho cravado em meus pés
todos os calos e horrores
e todas as terras longínquas
dos corações dos homens
Deixo a alma limpa
deixo a porta aberta
nunca sei a hora certa
nunca digo o que vejo
me basta ver e entender
e assim vou aprendendo
cada dia após um dia
sempre um depois do outro.



Ando sempre descalça e sempre tomo banho de chuva. Carrego comigo um guarda-chuva que nunca foi aberto. Um dia farei a ele um poema triste, pois foi merecedor.
Aliás, tenho muitos poemas tristes a fazer, pois as coisas andam sempre mais distantes de mim. Até o próprio tempo anda em outra dimensão, cansado de se cansar com minha falta de atenção.
Estou de mudança. Não só fisicamente, mas também mentalmente. Era para estar SEMPRE, mas nem sempre é como a gente quer. Então...estou feliz de, pelo menos, estar passando pela fase da mudança. Adoro mudar, sou de peixes, signo de água, me adapto a tudo. Só não me adapto bem às chatices quotidianas.
Beijundas da nova Isa.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

E viva a Maconha! Viva!

Postando mais dois raps, esses são mais Planet Hemp e Racionais, respectivamente.

Usuário Ocasional
(Isabela Figueiredo)

Eu tô cansada de ser tratada como escória
Peço que vejam e analisem minha história
Sou cidadão brasileiro carioca
não sou bandido, não sou fudido, não sou idiota
Eu tenho uma cabeça pra pensar e é o que eu faço
não deixo nada me atravessar sem olhar pros lados
Não querendo desrespeitar o seu trabalho
mas tem diferença entre um viciado e um usuário
Use sua farda para te proteger dos tiros
mas não me intimide, eu não tenho nada com isso
Sua cabeça pequenininha do tamanho de uma azeitona
vai te botando em estado de coma

Se você sai com os amigos no final de semana
toma uns chopes, umas biritas, sai com as minas bacanas
Não encana, você não é um alcoólatra
Ihhh o tiro certo saiu pela culatra
me chama de maconheiro, vagabundo, viciado
mas não te interessa se sou só usuário
(Ocasional!)
E ao contrário da cerveja e do cigarro
a maconha nunca fez mal
Mantenho o respeito, bato no peito
e repito a frase de efeito:
- Usuário Ocasional -
Hoje em dia é tudo normal, mas não se iluda
enquanto tem gente que tá cagando
eu já tô limpando a bunda
Não cheiro, não pico, não fumo cigarro
- Essa erva é do caralho -
não preciso de pedra, isso não me interessa
- A maconha me completa -
Eu sou direta, estou atenta, falo o que penso
sem medo de ser taxada pelo meu comportamento
Para entrar na viagem tem que ter conhecimento
os pés tocando o chão, o corpo suspenso
em elevação
o pensamento é um gavião arisco
te prende num momento e te leva consigo
Sempre no movimento, tem que saber a onda
quem não sabe o que é não pode falar de maconha

É uma vergonha um brasileiro não pode usar o livre-arbítrio
sempre tem uma lei impedindo
Chega um PM ostentando um fusil a tiracolo
já ameaçando te mandar pro subsolo
POW POW POW minha arma são as palavras
minha mente está sempre carregada
Esconde o bagulho, esses filhos da puta
querem me levar pra passear de viatura
Não foi nada, mas mandei uma real
queriam meu dinheiro mas se deram mal
Aqui não sobra pra PM, fiquei eu e meu bagulho
fumando escondido, refazendo meu orgulho
Já to puto, mas não vão me tirar dos eixos
Bolado, eu quebro a onda e me rendo
volto pra casa, mas com um grito no peito
o dia em que vão declarar a independência dos brasileiros
E repito a frase de efeito, pra todo mundo escutar:
não faz nenhum mal se você souber usar
Usuário ocasional é o que é
não se vicie, use com fé
Usuário ocasional, assim que se faz
liberte sua mente e viva em paz.



É de Fumar
(Isabela Figueiredo)

Sou eu que faço meu orgulho
e tô tranqüilo
E tô aqui para falar do meu estilo
Isso é bagulho de fumar, rapá
não tem vacilo
a toxina mal entrou já tá saindo
Mas eu vou te dar um toque
Vício não é bacana
Essa é a droga do final de semana.
Dou um dois pra relaxar
e ficar na onda
só curtindo a paisagem numa boa.

Eu nem gosto de beber, irmão
vou te falar
porque eu quero ter coisas pra lembrar
E o bagulho que eu fumo
não me tira da linha
ao contrário, eu fico mais tranqüila.
Não vou dar mole pra PM, não
tem que ser esperto
quando o bicho vai pegar, eu já saio de perto

Mas o cara que aprova as leis
não sabe nada de maconha
e é por isso que o país é uma vergonha
Quem aprova as leis, não sabe nada de saúde
então é bola pra frente
e que deus nos ajude
Quem aprova as leis, não sabe nada de cultura
e a poesia voa
pra longe dessas criaturas
E quem aprova as leis, não sabe nada de educação
só sabe qual é o dia
da próxima eleição.

E eu aqui fico bolado
pois estou de mãos atadas
o povo nunca tem poder para nada.
E se me fosse dado o poder
de mudar a nação
distribuiria a todo cidadão.

Eu não posso me orgulhar do meu país-miséria
fome, morte, roubo,
o analfabetismo é um assombro
Vou acender uma bagana
pra ver só as coisas belas
ainda que ande pelos becos da favela

Você que tá confortável
não sabe da realidade
nosso orgulho (ainda) vai deixar saudades
Porque houve uma época em que a gente se juntou
e expulsou do poder
aquele que nos prejudicou
Hoje estamos cansados, de papo pro ar
só torrando esmolas
esperando a vida melhorar
Mas vou te dar um conselho que é pra tu perceber:
Quem é que tem mais poder
na sua Vida que Você?
Se eles querem sua pele
dê o seu sangue
e mostre pra eles que não é o bastante.
Faça sua cabeça,
procure se informar
não é só de maconha que eu vim falar
O problema do Brasil é a falta de bom-senso
e a mania de ninguém
brigar por seus direitos
Não tenha medo de dizer
que não sabe de tudo
mas diga que acredita no seu futuro
E quando o cerco fechar
chegue mais para trás
mantenha a cabeça erguida que você não tá sozinho
eu vou levando e sempre dá
pra levar mais um pouquinho
afinal, são meus passos que fazem o caminho.

domingo, 5 de abril de 2009

Dedicatória

Vou dedicar o livro à Biodanza. Acho bom dedicar um livro a alguma coisa, como um presente, como algo que te incentivou a escrever ou que te trouxe uma idéia, ou um ideal. No caso da Biodanza, foi louco porque eu já falava da Involução como a busca da essência do homem com o outro, consigo mesmo e com o meio-ambiente, e o objetivo da Biodanza é justamente esse.
Mas eu não acho justo dedicar poemas a alguém, pois o poema é de todos. Então, eu apenas sugiro, num grupo fechado, que aquele poema seja pra tal pessoa, mas definitivamente não gosto de dedicá-lo em aberto, no texto, pois todos devem se ver no poema. A pessoa lê e pensa "este poema é pra mim". (Quantas vezes eu já não disse essa frase?) Não quero tirar isso do leitor.

Talvez este poema seja seu.


QUÍMICA
(Isabela Figueiredo)

Quando te abraço
tudo estremece
perco o controle
minha pele na tua pele
acende uma chama
coisa sem nome
Queria parar de pensar em você
como se fosse possível
Você habita meu imaginário
imprevisível
Quando te abraço
estrelas roçam meu rosto
Eu tenho múltiplos orgasmos
só de encostar em teu corpo.

Saindo Livro Solo

Pessoas, estou feliz pois conversei com minha mãe hoje e acho que depois da nossa mudança(em maio) vou poder começar a planejar realmente o meu livro-solo. E apesar de estar temporariamente sem Word, já fiz uma seleção de poemas que entrará no livro, e posso dizer que vai ficar muito bacana. E por falar em "bacana", é claro que vou alugar o Cairo para me ajudar nesta empreitada.
A capa em preto e branco vai economizar um dinheirão, e ao mesmo tempo dá um charme. Outra coisa que quero cortar são aquelas páginas em branco totalmente desnecessárias que muitos livros gastam. Vamos salvar as árvores e os nossos bolsos! Além disso, página em branco em livro de poesia é uma afronta!
O livro deve ter por volta de 40 páginas e sairá até o final do ano.
O nome já está decidido: "O Livro da Involução", a capa será de um artista singular. O resto é surpresa.

Arte Digital

Não me comparando ao Gustavo, mas andei fazendo umas pinturas no Corel Painter há um ou dois anos e queria postá-las aqui só para enfeitar mais esta página, pois vivo falando de poesia e nada de pintura. (quando eu tiver foto das minhas telas eu posto também.)




The Eyes 2



Postes



Pedaços de Cosmos



Mountains



Marcas na Pele



Chuva de Flores



Mesmo achando que a arte digital é mais fácil, por estar semi-pronta, só precisando da criatividade do pintor, eu ainda prefiro botar a mão na tinta e pintar numa tela de verdade, pois o traço não é a mesma coisa e as possibilidades da arte digital são limitadas se vc não tiver aquela mesa de desenho que custa uma fortuna(aquela que vc desenha numa tela e passa automaticamente pro monitor)... Então eu prefiro o bom e velho papel e lápis, a boa e velha tela e tinta, coisas que o computador nunca irá substituir. No Painter, a gente brinca. Mas arte de verdade se faz no papel.

sábado, 4 de abril de 2009

Apresentando A Obra de Gustavo Saba

Obra-Prima
(Isabela Figueiredo)

Se toda tela
fosse a vez da tela
ou a tela da vez,
de sua tez
sairiam obras-primas
e a rima perfeita,
mas a tela é estreita
pro tamanho do artista.



Reveillón Surreal
a autora do blog diz: eu nunca pensaria em fazer fogos de artifício de pingos de tinta. Isso é o que mais me impressiona no surrealismo: pintar o inimaginável.


Lençol de Água Preso a um Ramalhete
a autora do blog diz: esse é o meu preferido. O título é uma das particularidades.


Gravidez Geomorfológica


Banho de Sol
a autora do blog diz: Repare na perfeição dos cavalos. Eu adoro cavalos.


Anjo da Noite


Sonhos de Sagitário




Meus parabéns ao fantástico artista e amigo Gustavo Saba por suas pinturas. E quem quiser conhecer mais deste trabalho, é só acessar: http://divinopintor.blogspot.com/
Não importa quão forte vc construa suas fortalezas
sempre tem uma onda grande o bastante para derrubá-las.


O Barco e O Castelo
(Isabela Figueiredo)

Mais vale ter um barco
que um castelo
o barco você pode navegar nele
mudar de direção
descansar o remo
curtir a brisa
o mar e suas mudanças, e suas piscinas
e suas virtudes, e sua grandeza
A água turva e a cristalina.
e no castelo
são apenas grades e portões
de torres e porões
que te guardam pra sempre
a chaves e correntes
estagnada e imponente
para vir uma onda
e o derrubar na primeira esquina.

Pedra Filosofal

Há muito tempo atrás eu comecei a escrever poemas sobre a Involução. Por que a Involução era necessária, etc. Sendo que isso significava o resgate dos sentimentos perdidos através dos anos pelo distanciamento das pessoas umas das outras, do meio-ambiente e da sua própria essência. Escrevi isso sem ter a menor idéia que esse era o conceito da Biodanza. E hoje, anos depois, eu venho conhecer a Biodanza em seu todo.
A descoberta da Biodanza foi uma experiência totalmente diferente, e fiquei até um pouco travada no início, sem saber do que se tratava, mas depois, como vcs notaram, pesquisei um pouco sobre o assunto e já encaro as vivências de um modo mais espontâneo, sei que na próxima aula vou estar mais solta e mais leve, e talvez possa ter experiências bem distintas. Apesar que na aula anterior já foram intensas.
Contei com a ajuda de amigos para conseguir relaxar durante a vivência. Não dá pra explicar, se você quer entender a Biodanza, faça uma aula e garanto que vc não vai mais querer parar. Porque é da essência do ser-humano se relacionar com os outros num espírito de sociedade. Eu já falei aqui sobre os falsos conceitos de sociedade de hoje em dia, não preciso repetir. E esse ideal de sociedade é vivo na Biodanza. É como se vc tivesse entrado em outra dimensão.
Vou repetir aqui uma coisa que diz algum dos textos relacionados: A Biodanza nos traz sentimentos de afeto, harmonia, confiança, proteção e até sentimentos reprimidos. Seja qual for o motivo. Eu experimentei isso. É incrível. Recomendo e assino embaixo com o poema que dá título ao scrap.

PEDRA-FILOSOFAL
(Isabela Figueiredo)

Vamos voltar à confecção da Terra
um exercício do dessaber
Deixemos nossas pedras caladas,
nossos rios de mágoas,
nossas pedras alcoólicas,
nossos rios teóricos
Involuir num espaço de tempo;
vamos voltar ao óvulo
Descobrir a essência dos povos
e o amor através dos séculos.
Sinta a involução em seus poros
Sinta a tecnologia do regresso!
- Não falo por quem não tem boca,
só falo pelos senhores de si -
Quem quer recorrer ao Caos,
eu prefiro recorrer a Eros
Estou entrando em transe,
tecendo a nova Era
Quem acha que está tudo certo,
eu me vejo mais em guerra
Cada dia que passa
eu me sinto mais pedra.

Então vamos involuir!
Virar macaco, virar micro, virar pó
Vamos virar a mesa!
Pois, se carrego alguma certeza
é que, se adiantar os ponteiros,
o mundo inteiro verá
a água virando fogo
e o amor virando lenda.

Biodanza

Bem, vamos fingir que eu não me ausentei por quase seis meses e retomar a conversa do ponto em que parou. Afinal, é assim com os velhos amigos.
Bem, eu comecei a fazer Biodanza na semana passada, e foi...mágico. Não existe melhor palavra.
Vou postar alguma coisa aqui pros desentendidos:

"A Biodanza é um sistema que visa possibilitar um processo de integração do ser humano em três dimensões relacionais: consigo mesmo, com as pessoas e com o ambiente em que vive."

"A Biodanza é um sistema antes de tudo relacional. As vivências são sempre propostas dentro de um grupo de pessoas que aos poucos vai formando vínculos de amizade e solidariedade. Nossa cultura é muito individualista, o que traz para muitas pessoas dificuldades de se relacionar, sentimentos de solidão, conflitos, competição - essas situações são lugar comum nas relações humanas em muitos grupos familiares, de trabalho ou até mesmo de amigos. A Biodanza é uma pedagogia do encontro humano, porque estimula a capacidade de se relacionar expressando o que se sente e percebendo os sentimentos dos demais."

"A Biodanza atua em cinco áreas distintas e complementares: Vitalidade, Sexualidade, Criatividade, Afetividade e Transcendência."

"A Biodanza é um Sistema de Integração Afetiva, Renovação Orgânica e Reaprendizagem das Funções Originárias da Vida, baseada em vivências induzidas pela dança, pela música e por situações de encontro em grupo. A Biodanza não é dança-terapia. É um convite à expressão e um caminho em direção à saúde. "Mais do que uma ciência, a Biodanza é a poética do encontro humano"."

"quando as pessoas chegam não fica fácil para elas, pois chegam com medo do novo, carregadas e massificadas pela nossa cultura, que tem mandatos antivida: não sinta, não toque, não se deixe tocar, não se expresse, etc... A Biodanza é progressiva e facilita o seu pensamento, o seu sentimento e as suas ações, de uma forma integradora. Você vai vivenciar o aqui e agora, se renovando organicamente. Nossas células e órgãos têm memória, e, através da vivência, nosso corpo todo vai recebendo novos mandatos. Mandatos de amor, saúde, alegria, harmonia, ação, prazer etc. O toque só nutre você. Qualifica. Através do outro você é respeitado, valorizado..."
"todos se encontram consigo mesmo, com o outro e com o todo, pois trabalhamos com a integração do ser humano."

"Nós, seres humanos, vivemos numa sociedade repressora cheia de padrões
e papéis impostos e cada vez menos holística e mais compartimentada
e fragmentada, onde a especialização exigida a cada um nos isolou e anulou
a possibilidade de expressarmos autenticamente nossas emoções mais profundas, impedindo e, às vezes, paralisando totalmente nosso movimento de crescimento."

"Quando entramos numa sala para fazer Biodanza,
estamos entrando num espaço mágico, único,
onde vamos vivenciar nossos sentimentos e emoções,
no aqui e agora, com total entrega e confiança,
permitindo nosso crescimento. Esse espaço é o campo poético."

"O facilitador assume a palavra verbal
e conduz o feed back (a intimidade verbal),
que é o momento onde os alunos se expressam através da palavra.
Quando começamos a dançar, partimos para a linguagem que a Biodanza emprega:
a linguagem pré-verbal, sendo a carícia a mais intensa."

" O Facilitador, ao usar a linguagem poética, incorpora o poeta,
atingindo diretamente o coração dos participantes, despertando emoções
e sentimentos adormecidos e até mesmo reprimidos nas pessoas,
fazendo com que elas despertem para o mundo
com nova visão frente à existência."

"A existência é como um longo poema vivo se fazendo.
E a Biodanza, o instrumento para aperfeiçoar este poema."

[“Biodanza é a poética do encontro com a emoção e o sentir,
com a suavidade e a promessa, com a ternura e a esperança,
no abrigo de um abraço, no olhar alentador, no aperto de mão,
no encontro com o outro e com o mundo”.
(Rolando Toro.)]

páginas consultadas:
http://www.cruiser.com.br/biodanzario/
http://www.ocisco.net/thati07.htm
www.biodanza.com.br/biodanza.htm